Eu ainda não me acostumei. Mas dizem que a certa altura da vida, sempre vai ter uma despedida necessária. Não para te arrancar lágrimas, não para te machucar, não para te causar dor, não para te fazer sofrer, ou qualquer coisa dessas, mas sim, para você se acostumar. Embora tudo isso ocorra junto, sem intervalos, sem pausas pra respirar, o único objetivo da despedida é possibilitar um reencontro. Reencontro que, muitas vezes, não acontece. Então o que resta a você são vagas lembranças. Vagas, porém eternas e indestrutíveis. Os tempos mudam, pessoas mudam, tornando as coisas mais difíceis, mais complicadas, tornando as amizades mais frágeis e transformando em saudade o que antes era só alegria e curtição. Os dias passam rápido demais, tornando as lembranças de um tempo bom ainda mais vagas e trazendo mais saudades. A vida é isso, cheia de despedidas e reencontros, tediosa e tumultuada. E nessa mesma vida, tediosa e tumultuada, nessa estrada cheia de curvas e obstáculos, nessa calçada tão cheia de gente, você esbarra com pessoas e pessoas, gente que sempre estará presente nas tuas melhores lembranças e maiores saudades. Você se despede milhares de vezes. Em algumas, nem ao menos percebe. Você se despede com um olhar, com um sorriso, com um recolher de mãos, mas raramente com palavras.